Defesa Civil espera concluir buscas em área de desabamento até a noite

O coronel Sérgio Simões, secretário estadual de Defesa Civil, disse que o Corpo de Bombeiros está empenhando todos os esforços para que até a noite tenha sido concluído o trabalho de remoção de corpos do desabamento dos prédios no Centro, nos fundos do Theatro Municipal do Rio. 

"Trabalhamos com a meta de até a noite de hoje tenhamos concluído a remoção dos escombros com a finalidade de encontrar corpos", disse o coronel, acrescentando que o trabalho das máquinas foi temporariamente interrompido para que cães farejadores possam buscar vítimas nos escombros. "A possibilidade de sobrevida diminui à medida que o tempo passa."

O comandante informou ainda que 80 a 120 homens trabalham desde a noite de quarta-feira (25), no local do desabamento.

 "A maior dificuldade nossa é lidar com a dor das famílias. Do ponto de vista da operação é o volume dos escombros. Não dá para trabalhar manualmente, temos que usar máquinas. Os cães estão procurando por sobreviventes, são quatro cães. Para nós há uma ansiedade muito grande de encerrar a operação", disse o coronel Simões.

O comandante da Defesa Civil disse que a obra que estava sendo realizada no prédio que desabou deve ser investigada.

"A gente tem um dado significativo, sem antecipar julgamento, fato relatado por um operário resgatado ontem à noite, de que o prédio estava em obras. Podemos considerar que a obra é um bom indício para a investigação", disse o coronel.

O comandante confirmou que há focos de incêndio no local devido a problemas de escapamento de gás quando do rompimento de tubulações e que entraram em combustão espontânea. Segundo Simões, material dos escritórios, como papel, cortinas e carpetes têm combustão lenta.

DesabamentoO acidente ocorreu por volta das 20h30 de quarta-feira (25). Um prédio de 20 andares, outro de 10 e um imóvel de quatro pavimentos ficaram em ruínas. O trânsito nas ruas situadas nas imediações do Theatro Municipal foi interditado nesta quinta-feira (26).

Seis pessoas ficaram feridas no desabamento. Nesta tarde, três continuavam internadas no Hospital Souza Aguiar. Antes da localização do primeiro corpo, o prefeito Eduardo Paes disse que as equipes buscavam 19 pessoas desaparecidas. Segundo o prefeito, o número, no entanto, poderia ser alterado, já que ainda não havia uma lista oficial.

Segundo Paes, a principal hipótese é que o desabamento tenha sido causado por um dano estrutural, já que não há informações sobre explosão ou vazamento de gás. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) informou que obras "ilegais", sem registro no conselho ou na prefeitura, eram realizadas no 16º andar.