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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Desapropriações em terrenos do futuro superporto do Açu terminam em confusão no norte do Estado

meia casa
Casa no lote desapropriado foi destruída em menos de um minuto pela retroescavadeira


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Um agricultor foi preso na manhã desta terça-feira (13) no Açu, em São João Barra, norte do Estado do Rio de Janeiro, ao se negar a deixar um terreno desapropriado pela Codin (Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro). O lote dele e de outros dois fazendeiros foram desapropriados por fazerem parte da área onde será construído o distrito industrial do superporto do Açu, um empreendimento do grupo EBX, do bilionário Eike Batista.
Pela manhã, 60 policiais militares (8º BPM), seis bombeiros (5º GBM), duas oficiais de justiça, além de representantes da Codin, participaram da ação para cumprir os mandados de imissão de posse dos três lotes na localidade Agua Preta. Operários usaram duas retroescavadeiras para derrubar os imóveis e destruir as lavouras.
Os oficiais de justiça vistoriaram os terrenos e constataram que não existia nenhum morador. Eles calcularam o tamanho da área e listaram todos os objetos encontrados dentro dos imóveis e que farão parte do processo. Em uma das casas havia cama, colchões, armários e ferramentas agrícolas. Todo o material foi levado para um depósito da Codin, em São João da Barra. O dono deve ir à companhia para recuperar o material.
Sem trabalho
O agricultor Marcelo Ribeiro da Silva, de 32 anos, chegou ao lote onde trabalhava quando os policiais se preparavam para derrubar a casa e destruir a plantação.
- Eu trabalho aqui, vivo daqui. Ganho um salário para tomar conta e o lucro da plantação fica para mim. Com esse dinheiro sustento minha família. Não sei o que vou fazer, perdi o emprego e minha plantação.
No lote onde Ribeiro trabalhava havia lavoura de maxixe, eucalipto e cabeças de gado.
Prisão
O dono da terra, Juarez Alves da Silva, chegou quando a casa já tinha sido destruída. Ele invadiu o terreno de carro e foi contido pela polícia. Silva se negou a sair do terreno e acabou sendo levado para uma viatura da PM.
- Quero minha terra de volta para trabalhar e sustentar minha filha! Sou trabalhador!
O agricultor foi levado para a delegacia de São João da Barra (145ª DP) e, de acordo com os policiais militares, vai responder por desobediência e resistência à prisão.
Negociação
No lote ao lado os parentes do dono da terra também resistiram a cumprir a determinação da Justiça. O dono do lote, o agricultor Antônio Toledo, não estava no local. Tios e primos chegaram a impedir a entrada das oficiais de justiça e dos policiais. Depois de muita negociação, os agentes conseguiram entrar para vistoriar a propriedade. A tia do fazendeiro, Maria Luiza Silva, de 61 anos, passou mal. Ela foi atendida por paramédicas do Corpo de Bombeiros e liberada.
Enquanto isso, um primo do fazendeiro tentou impedir a ação da retroescavadeira, que em menos de um minuto derrubou uma casa de dois cômodos.
Maria Luiza, Ana Toledo, de 74 anos, e outros parentes do agricultor acabaram saindo da propriedade e levaram o que foi possível das plantações.
- Pelo menos vamos poder alimentar o gado com um pouco da cana-de-açúcar que essa máquina vai acabar destruindo - afirmou Maria Luiza.
Gado
No terceiro lote não houve tumulto. A terra era usada como pasto e o proprietário não estava. Havia na propriedade cerca de 30 cabeças de gado. Foi preciso chamar nove cavaleiros para levar os animais para um curral próximo. O gado deverá ser levado para uma fazenda da Codin, onde o dono poderá recuperá-lo.
saída operação
Policiais, bombeiros e oficiais de Justiça saíram às 5h20 da manhã para a operação no Açu (foto: Dorlany Del'Esposti / Rede Record)

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