Há muitas observações a serem relatadas, mas, o blog vai fazer isto aos poucos. Primeiro, o blog vai tratar ainda do tema da água naquela região.
Sobre os riscos da salinização já havíamos comentado aqui, em nota do dia 12 de setembro e avançamos hoje, aqui, com comentários sobre os resultados das coletas de água feita por pesquisadores da Uenf.
Na última sexta-feira, pela primeira vez, pudemos ver (fotos acima e ao lado) a colocação das tubulações para a adutora que levará água ao porto do Açu. No caminho, logo depois do acesso de Cajueiro ao porto, o ramal principal, se divide em dois, que leva água ao DISJB e ao estaleiro da OSX.
Pois bem, o blogueiro de posse desta informação foi aos seus arquivos e lembrou da nota publicada aquiem 27 de julho de 2011, informando sobre a captação e distribuição de água prevista para o Complexo do Açu. A quantidade de água que está prevista para o Clipa é equivalente ao de um consumo para 2,8 milhões de pessoas.
No dia 21 de dezembro o blog postou outra nota aquimostrando detalhes da captação da água no Rio Paraíba do Sul, a uma vazão de 10 m³ por segundo e posterior distribuição prevista para o Clipa no Açu. 50 quilômetros de linhas de distribuição (cujas instalações podem ser vistas nas fotos acima) com previsão de estações de bombeamento para o fornecimento de água bruta para fins industriais e água tratada para usos mais nobres.
Agora, observem a contradição: enquanto o Complexo Logístico-Industrial do Porto do Açu (CliPa) recebe água do Rio Paraíba do Sul, numa linha de mais 50 quilômetros, a população de toda aquela região do Açu, sofre com a água retirada de poço, atingida pela salinidade gerada pelo aterro hidráulico e pela construção do terminal TX-2 que passou a permitir a entrada de água do mar no continente, seccionando a Lagoa (Canal) do Veiga, na localidade que empresta nome ao empreendimento.
O desenvolvimento da região é desejada, mas, apenas o crescimento econômico, com geração de problemas ambientais e sociais, sem nenhuma regulação, isto não pode ser tolerado.
É evidente que os Estudos e Relatórios de Impactos Ambientais (EIAs/Rimas) usados para o licenciamento ambiental falavam de mitigações, compensações e outras ações que impedissem que o entorno do empreendimento pudesse ser tão sacrificado.
Hoje, se vê que aquelas belas imagens e gráficos mais uma vez, parecem miragens, em meio ao deserto de areia, que levantando a área de empreendimento, em quase 5 metros (na extensão dos falados 90 km²), com areia do fundo do mar, dragada para a construção do canal de atracação dos dois terminais do Porto do Açu, com consequências graves e ainda a serem mensuradas para aquelas comunidades.
O que ainda poderá ser feito? Quem poderá se manifestar sobre o assunto? É bom que a população possa conhecer e se manifestar sobre o assunto. O blog, como sempre faz, abre espaço para que os empreendedores, gestores públicos e os órgãos que tem responsabilidade sobre a fiscalização e a regulação da implantação deste empreendimento possam se manifestar.
fonte: http://robertomoraes.blogspot.com.br/
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